segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A ESQUERDA NA EUROPA - Marisa Matias, vice-presidente do Partido da Esquerda Europeia (PEE)


















Marisa Matias, eurodeputada e dirigente do Bloco de Esquerda, foi hoje eleita, por voto secreto, vice-presidente do Partido da Esquerda Europeia (PEE).

( 5 Dezembro, 2010 )



Marisa Matias no terceiro Congresso do Partido da Esquerda Europeia O terceiro congresso do PEE decorreu em Paris de 3 a 5 de Dezembro reunindo mais de 300 delegados e inúmeros convidados de várias organizações políticas, sindicais e sociais de todo o globo.



O partido da Esquerda Europeia é uma associação de partidos que agrupa actualmente 38 partidos de 30 países, que trabalham e cooperam a nível da actividade política na Europa com base nos princípios e objectivos políticos estabelecidos no Manifesto da Esquerda Europeia. A adesão de novos membros está aberta aos partidos e organizações de esquerda que se revejam nos seus princípios. Marisa Matias considera o PEE “a única força de esquerda anti-capitalista organizada a nível europeu com capacidade de organizar acções conjuntas e campanhas e de pôr em prática um programa político de acção comum”.



Por decisão do congresso, a Esquerda Europeia irá promover uma “iniciativa política dos cidadãos” propondo a criação de um fundo europeu para o Desenvolvimento Social que financie os investimentos públicos geradores de emprego, ampliando a formação, a pesquisa, as infra-estruturas úteis, e a obtenção de resultados no domínio do ambiente. Para Marisa Matias, “este fundo assume-se como alternativa ao actual fundo europeu para a estabilização financeira e à submissão aos mercados financeiros que tem levado a sucessivos planos de austeridade contra os povos da Europa”. O fundo deverá ser financiado através da tributação das transacções financeiras, mas também através da criação de moeda pelo Banco Central Europeu, não o tornando dependente do mercado.



O Tratado de Lisboa prevê, pela primeira vez, esta figura de “iniciativa política dos cidadãos” permitindo aos cidadãos sugerirem directamente legislação europeia através da recolha de um milhão de assinaturas de cidadãos de, pelo menos, um terço dos Estados-Membros. Marisa Matias considera esta iniciativa do PEE “um instrumento de acção popular e de mobilização dos cidadãos contra a própria lógica dos Tratados”, que pretende “quebrar o consenso neoliberal da austeridade” e responder “às necessidades dos cidadãos"

( in - a Matias eleita Vice-Presidente do Partido da Esquerda Europeia Esquerda )

2 comentários:

  1. 1. É sempre melhor as esquerdas estarem articuladas do que fragmentadas. Talvez fosse útil sabermos qual o peso eleitoral de cada uma das organizações envolvidas, para se poder avaliar não apenas generosidade das intenções mas também o nível de apoio político de que dispõem.

    2. Se o que acima vem escrito espelha o essencial das orientações assumidas pelo conclave, parece-me algo caricato que uma esquerda de tão pura cepa não seja capaz de algo menos aleatório, no campo das propostas imediatas, do que atribuir ao BCE o inesperado papel de executor das suas vontades.

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  2. 1. É o que venho defendendo. Melhor articuladas do que fragmentadas, sendo o peso eleitoral importante- e este está nos números -, mas não é o único vector a considerar.
    2. Todas as esquerdas se reclamam da mais pura cepa, sendo infelizmente as propostas imediatas das outras, não aleatórias, mas inexistentes ou ineficazes. Seguem as da direita ( esta com óbvio peso eleitoral e não só ).Em Lisboa como em Bruxelas.

    Um apertado abraço

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